C 4
Mas, infelizmente, ele se tornou um termo bastante familiar, aparecendo em jornais e na televisão o tempo todo.
Na reação química, os compostos se quebram para formar vários gases. Os reagentes (os compostos químicos originais) possuem muita energia armazenada nas ligações químicas entre átomos diferentes. Quando as moléculas dos compostos são quebradas, os produtos (gases resultantes) podem usar uma parte dessa energia para formar novas ligações, mas nunca a usam completamente. E a maior parte desse "resto" de energia toma a forma de um calor extremo.
Como os gases estão concentrados sob pressão muito alta, eles expandem rapidamente. E o calor acelera as partículas de gás, aumentando ainda mais a pressão. Em um alto explosivo, a pressão do gás é suficientemente forte para destruir estruturas além de ferir e matar pessoas. Se o gás se expande mais rápido do que a velocidade do som (em inglês), acaba gerando uma potente onda de choque (em inglês). Além disso, essa pressão também pode empurrar pedaços de material sólido para fora a grandes velocidades, o que faz que eles atinjam pessoas ou objetos com um bocado de força.
O C-4 ou composto 4 é um tipo de explosivo plástico. A idéia básica dos explosivos plásticos (em inglês), também chamados de PBX (do inglês Plastic Bonded eXplosives), é combinar produtos químicos explosivos com uma liga plástica. Essa liga tem duas funções importantes:
revestir o material explosivo para que ele seja menos sensível ao choque e ao calor. É por isso que o explosivo é relativamente seguro de manusear;
tornar o material explosivo bastante maleável, permitindo moldá-lo em formatos diferentes para alterar a direção da explosão.
Ingredientes do C-4
RDX (ciclotrimetilenotrinitramina) - 91%
sebacato de di(2-etil-hexila) - 5,3%
poli-isobutileno - 2,1%
óleo de motor - 1,6%
O material explosivo no C-4 é o ciclotrimetilenotrinitramina (C3H6N6O6), também chamada de RDX, que é a sigla em Inglês de "explosivo de demolição real" ou "explosivo desenvolvido em pesquisas". O resto do material é composto por poli-isobutileno (em inglês), que é a liga, e sebacato de di(2-etil-hexila), que é o plastificante (o elemento que deixa o material maleável). Ele também contém uma pequena quantidade de óleo de motor e um pouco de 2,3-Dimetil-2,3-Dinitrobutano(DMDNB), que funciona como um marcador químico para as forças de segurança.
Para formar os blocos de C-4, os fabricantes de explosivos pegam o RDX em pó e o misturam com água para formar uma espécie de cimento. Depois, eles adicionam o material que dá a liga, dissolvido em um solvente, e misturam esses materiais com um agitador. A destilação (em inglês) é a maneira usada para remover o solvente posteriormente, ao passo que a secagem e a filtragem são usadas para remover a água. E o que sai como resultado é um explosivo sólido e relativamente estável, com consistência semelhante a de massa de modelar.
Assim como com os outros explosivos, é necessário aplicar um pouco de energia sobre o C-4 para iniciar a reação química. Por causa dos elementos estabilizadores, a reação precisa de um choque muito grande para acontecer. Acender o C-4 com um fósforo só irá fazê-lo queimar devagar como se fosse um pedaço de madeira. No Vietnã, os soldados literalmente queimavam o C-4 na hora de fazer fogo para cozinhar. E não adianta tentar: a reação não vai começar se você pegar um rifle e atirar no explosivo. Para conseguir iniciar essa reação, você vai precisar de um detonador.
Foto cedida U.S. Department of Defense
Uma unidade do exército americano detonou explosivos C-4 dentro desse tanque sérvio durante a Operação Guarda Conjunta
Um detonador nada mais é do que um explosivo menor de fácil detonação. Um detonador elétrico, por exemplo, usa uma carga rápida para disparar uma pequena quantidade de material explosivo. Quando alguém dispara o detonador ao transmitir a carga pelo fio detonador para uma cápsula detonadora, por exemplo, a explosão aplica uma forte onda de choque, que dispara o C-4.
Quando a reação química começa, o C-4 se decompõe para liberar diferentes tipos de gases, especialmente, óxidos de nitrogênio e carbono. Inicialmente, os gases se expandem a cerca de 8.050 m/s, o que os faz atingir, com uma quantidade gigantesca de força, tudo o que estiver em seu redor. Com essa taxa de expansão, é completamente impossível correr da explosão, como se faz nos filmes de ação. O interessante é que, para alguém que observa de fora, a explosão é quase instantânea: em um momento está tudo bem e, no próximo, tudo se foi.
Na verdade, a explosão tem duas fases. A expansão inicial é a que inflige a maior parte dos danos. Além disso, cria uma área de baixa pressão em volta do ponto de explosão, os gases se movem para fora tão rapidamente que sugam a maior parte dos gases do local onde a explosão ocorreu. Após essa explosão para fora, os gases "correm" de volta para o vácuo da explosão, criando uma segunda onda de energia, só que menos destrutiva e para dentro.
Uma pequena quantidade de C-4 já provoca uma grande explosão. Menos de 450 gramas de C-4 tem potencial para matar várias pessoas e muitos daqueles blocos de C-4 de uso militar (M112), com cerca de meio quilo cada um, conseguem destruir um caminhão. Os especialistas em demolição costumam usar uma boa quantidade de C-4 para fazer um trabalho bem feito. Para uma viga de 20,3 centímetros quadrados de aço, por exemplo, eles usariam de 3,6 a 4,5 kg de C-4.
Não há limites: as pessoas usam o poder explosivo do C-4 para todos os tipos de destruição. Uma aplicação comum são as demolições militares, nas quais soldados o colocam em rachaduras e fendas para explodir paredes pesadas. Ele também já foi muito usado como arma para matar pessoas, tanto em batalhas como em ataques terroristas. No Vietnã, por exemplo, além das granadas os soldados também usavam bombas de C-4. Uma arma notável, a mina claymore (produz uma explosão em forma de leque quando detonada), consistia em um bloco de C-4 com vários rolimãs embutidos. Quando o C-4 era detonado, as bolinhas de rolimã viravam projéteis voadores letais (esse tipo de arma também apareceu no filme A senha: swordfish).
Infelizmente, tudo indica que o C-4 vai continuar nas manchetes pelos próximos anos. Em razão de sua estabilidade e poder de destruição, ele tem atraído a atenção de terroristas e guerrilheiros de todo o mundo. Como uma pequena quantidade de C-4 consegue causar muitos danos, é relativamente fácil contrabandeá-lo sem que forças de segurança o detectem. O exército americano é o principal fabricante de C-4 e, apesar de manter seu estoque sob rígida vigilância, existem várias outras fontes de materiais explosivos semelhantes, incluindo o Irã, que possui uma história de conflitos com os EUA. Se permanecer tão facilmente acessível, o C-4 continuará sendo uma das principais armas do arsenal do terror.
Em outubro de 2000, terroristas usaram C-4 para atacar o navio U.S.S. Cole, matando 17 marinheiros.
Em 1996, terroristas usaram C-4 para explodir o complexo habitacional militar americano Khobar Towers, na Arábia Saudita.
Em dezembro de 2001, um homem conseguiu carregar um material semelhante para dentro de um avião comercial.
Como? Escondeu no sapato.
O C-4 também já foi usado em muitos atentados suicidas com bomba, em Israel e em seus territórios ocupados.
O conceito fundamental por trás dos explosivos é muito simples. Se olharmos da maneira mais simples possível, um explosivo nada mais é do que algo que queima ou se decompõe muito rapidamente, produzindo bastante calor e gás em um curto período.
Um explosivo típico consiste em um dispositivo de detonação, algum recipiente e, obviamente, algum material explosivo. O material explosivo passa por uma rápida reação química, uma combustão (em inglês) ou uma reação de decomposição (em inglês), ao ser disparado pelo calor ou pela energia do detonador.
Na reação química, os compostos se quebram para formar vários gases. Os reagentes (os compostos químicos originais) possuem muita energia armazenada nas ligações químicas entre átomos diferentes. Quando as moléculas dos compostos são quebradas, os produtos (gases resultantes) podem usar uma parte dessa energia para formar novas ligações, mas nunca a usam completamente. E a maior parte desse "resto" de energia toma a forma de um calor extremo.
Como os gases estão concentrados sob pressão muito alta, eles expandem rapidamente. E o calor acelera as partículas de gás, aumentando ainda mais a pressão. Em um alto explosivo, a pressão do gás é suficientemente forte para destruir estruturas além de ferir e matar pessoas. Se o gás se expande mais rápido do que a velocidade do som (em inglês), acaba gerando uma potente onda de choque (em inglês). Além disso, essa pressão também pode empurrar pedaços de material sólido para fora a grandes velocidades, o que faz que eles atinjam pessoas ou objetos com um bocado de força.
O C-4 ou composto 4 é um tipo de explosivo plástico. A idéia básica dos explosivos plásticos (em inglês), também chamados de PBX (do inglês Plastic Bonded eXplosives), é combinar produtos químicos explosivos com uma liga plástica. Essa liga tem duas funções importantes:
revestir o material explosivo para que ele seja menos sensível ao choque e ao calor. É por isso que o explosivo é relativamente seguro de manusear;
tornar o material explosivo bastante maleável, permitindo moldá-lo em formatos diferentes para alterar a direção da explosão.
Ingredientes do C-4
RDX (ciclotrimetilenotrinitramina) - 91%
sebacato de di(2-etil-hexila) - 5,3%
poli-isobutileno - 2,1%
óleo de motor - 1,6%
O material explosivo no C-4 é o ciclotrimetilenotrinitramina (C3H6N6O6), também chamada de RDX, que é a sigla em Inglês de "explosivo de demolição real" ou "explosivo desenvolvido em pesquisas". O resto do material é composto por poli-isobutileno (em inglês), que é a liga, e sebacato de di(2-etil-hexila), que é o plastificante (o elemento que deixa o material maleável). Ele também contém uma pequena quantidade de óleo de motor e um pouco de 2,3-Dimetil-2,3-Dinitrobutano(DMDNB), que funciona como um marcador químico para as forças de segurança.
Para formar os blocos de C-4, os fabricantes de explosivos pegam o RDX em pó e o misturam com água para formar uma espécie de cimento. Depois, eles adicionam o material que dá a liga, dissolvido em um solvente, e misturam esses materiais com um agitador. A destilação (em inglês) é a maneira usada para remover o solvente posteriormente, ao passo que a secagem e a filtragem são usadas para remover a água. E o que sai como resultado é um explosivo sólido e relativamente estável, com consistência semelhante a de massa de modelar.
Assim como com os outros explosivos, é necessário aplicar um pouco de energia sobre o C-4 para iniciar a reação química. Por causa dos elementos estabilizadores, a reação precisa de um choque muito grande para acontecer. Acender o C-4 com um fósforo só irá fazê-lo queimar devagar como se fosse um pedaço de madeira. No Vietnã, os soldados literalmente queimavam o C-4 na hora de fazer fogo para cozinhar. E não adianta tentar: a reação não vai começar se você pegar um rifle e atirar no explosivo. Para conseguir iniciar essa reação, você vai precisar de um detonador.
Foto cedida U.S. Department of Defense
Uma unidade do exército americano detonou explosivos C-4 dentro desse tanque sérvio durante a Operação Guarda Conjunta
Um detonador nada mais é do que um explosivo menor de fácil detonação. Um detonador elétrico, por exemplo, usa uma carga rápida para disparar uma pequena quantidade de material explosivo. Quando alguém dispara o detonador ao transmitir a carga pelo fio detonador para uma cápsula detonadora, por exemplo, a explosão aplica uma forte onda de choque, que dispara o C-4.
Quando a reação química começa, o C-4 se decompõe para liberar diferentes tipos de gases, especialmente, óxidos de nitrogênio e carbono. Inicialmente, os gases se expandem a cerca de 8.050 m/s, o que os faz atingir, com uma quantidade gigantesca de força, tudo o que estiver em seu redor. Com essa taxa de expansão, é completamente impossível correr da explosão, como se faz nos filmes de ação. O interessante é que, para alguém que observa de fora, a explosão é quase instantânea: em um momento está tudo bem e, no próximo, tudo se foi.
Na verdade, a explosão tem duas fases. A expansão inicial é a que inflige a maior parte dos danos. Além disso, cria uma área de baixa pressão em volta do ponto de explosão, os gases se movem para fora tão rapidamente que sugam a maior parte dos gases do local onde a explosão ocorreu. Após essa explosão para fora, os gases "correm" de volta para o vácuo da explosão, criando uma segunda onda de energia, só que menos destrutiva e para dentro.
Uma pequena quantidade de C-4 já provoca uma grande explosão. Menos de 450 gramas de C-4 tem potencial para matar várias pessoas e muitos daqueles blocos de C-4 de uso militar (M112), com cerca de meio quilo cada um, conseguem destruir um caminhão. Os especialistas em demolição costumam usar uma boa quantidade de C-4 para fazer um trabalho bem feito. Para uma viga de 20,3 centímetros quadrados de aço, por exemplo, eles usariam de 3,6 a 4,5 kg de C-4.
Não há limites: as pessoas usam o poder explosivo do C-4 para todos os tipos de destruição. Uma aplicação comum são as demolições militares, nas quais soldados o colocam em rachaduras e fendas para explodir paredes pesadas. Ele também já foi muito usado como arma para matar pessoas, tanto em batalhas como em ataques terroristas. No Vietnã, por exemplo, além das granadas os soldados também usavam bombas de C-4. Uma arma notável, a mina claymore (produz uma explosão em forma de leque quando detonada), consistia em um bloco de C-4 com vários rolimãs embutidos. Quando o C-4 era detonado, as bolinhas de rolimã viravam projéteis voadores letais (esse tipo de arma também apareceu no filme A senha: swordfish).
Infelizmente, tudo indica que o C-4 vai continuar nas manchetes pelos próximos anos. Em razão de sua estabilidade e poder de destruição, ele tem atraído a atenção de terroristas e guerrilheiros de todo o mundo. Como uma pequena quantidade de C-4 consegue causar muitos danos, é relativamente fácil contrabandeá-lo sem que forças de segurança o detectem. O exército americano é o principal fabricante de C-4 e, apesar de manter seu estoque sob rígida vigilância, existem várias outras fontes de materiais explosivos semelhantes, incluindo o Irã, que possui uma história de conflitos com os EUA. Se permanecer tão facilmente acessível, o C-4 continuará sendo uma das principais armas do arsenal do terror.
Olá!
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